Movimentos populares, reunidos na frente de esquerda Brasil Popular, divulgaram uma carta nesta quarta-feira em defesa da ex-presidente Dilma Rousseff e prometeram resistir ao governo Michel Temer (PMDB). As entidades sociais e sindicais, como CUT, MST e UNE, classificaram o impeachment de Dilma como um “golpe parlamentar” e criticaram a maioria dos senadores por apoiar a “fraude e mentira”.
“As forças reacionárias, ao interromper vosso legítimo mandato, impuseram um governo usurpador, que não esconde seu perfil misógino e racista. Atropelaram o resultado eleitoral, condenaram uma mulher inocente e sacramentaram o mais grave retrocesso político desde o golpe militar de 1964”, afirmou a Frente Brasil Popular, depois de o Senado decidir pelo impeachment de Dilma por 61 votos a 20.
Para as entidades, o novo governo deve promover cortes nos direitos trabalhistas e tenderá a favorecer “as oligarquias financeiras”.
Os movimentos populares afirmaram que Dilma “continuará a inspirar e protagonizar a resistência contra o golpismo” e disseram que não reconhecem o governo Temer.
“Hoje a resistência apenas começa. Nas ruas e nas instituições. Nos locais de estudo, trabalho e moradia. Mais cedo do que pensam os usurpadores, o povo brasileiro será capaz de rechaçar seus planos e retomar o caminho das grandes mudanças”, afirmaram as entidades populares. “Nossa luta contra o governo golpista e seu programa para retirada de conquistas será implacável. Buscaremos a unidade e a mobilização das mais amplas forças populares, combatendo sem cessar, até derrotarmos a coalizão antidemocrática que rompeu com o Estado de Direito.”